Tapering: o que é e quais os efeitos na economia brasileira?
Se você investe no mercado financeiro, é fundamental entender o que é e como funciona o tapering. Isso porque se trata de um processo que pode influenciar diretamente os investimentos, tanto nacionais quanto internacionais.
Apesar de não ser amplamente conhecido, como outros termos do setor, o tapering pode gerar efeitos significativos na economia, afetando as taxas de juros e até a inflação. Assim, além de influenciar ativos, ele pode gerar reflexos na economia real.
Neste conteúdo, saiba mais sobre o tapering e descubra como ele afeta a economia, incluindo a brasileira!
O que é e como funciona o tapering?
Tapering é a redução gradual de estímulos em períodos de retomada econômica. Embora possa acontecer em diferentes economias, o processo está especialmente relacionado à política monetária dos Estados Unidos.
Quando o Fed (Federal Reserve Board), Banco Central dos EUA, sinaliza mudanças nos estímulos que sustentam a atividade econômica, é comum os mercados reagirem imediatamente. O mercado ajusta expectativas e preços.
Na prática, o processo de tapering marca a transição entre uma política monetária expansionista e um ambiente mais próximo da normalidade. Como essa mudança altera a oferta de dinheiro na economia, é importante que investidores a observem com atenção.
O tapering é um movimento que costuma influenciar juros, inflação e decisões de alocação em diferentes países, principalmente em economias emergentes, como o Brasil. Portanto, compreendê-lo é essencial para fazer escolhas mais adequadas e consistentes no mercado financeiro.
Acompanhe a dinâmica do tapering com mais detalhes!
Entendendo a dinâmica do tapering
Quando há uma crise mundial, como houve em 2020 com a pandemia de covid-19, e a atividade econômica precisa de apoio, o Fed geralmente injeta liquidez no mercado. Trata-se de uma forma de estímulo para lidar com situações delicadas, buscando estabilizar o sistema financeiro e evitar um colapso.
Para tanto, o Banco Central dos EUA realiza compras de títulos públicos e privados, em uma estratégia conhecida como quantitative easing (flexibilização quantitativa). Por meio dela, o Fed aumenta o dinheiro em circulação e estimula o consumo e os investimentos, principalmente em períodos conturbados.
Quando indicadores demonstram que o país se distanciou do cenário de crise, o Fed começa a diminuir gradualmente o volume de compras de títulos usados para garantir liquidez e estabilidade. Ele passa a reduzir o ritmo dos estímulos. Esse é o tapering.
O Banco Central dos Estados Unidos recorre ao mecanismo quando entende que os estímulos extraordinários já cumpriram seu papel. A melhora na atividade, o crescimento do emprego e o fortalecimento da demanda interna sinalizam que a economia tem condições de avançar sem um suporte tão intenso.
Por que o tapering é necessário?
Conforme explicado, os programas de compras de títulos aumentam a liquidez financeira do mercado. Entretanto, mantê-los por muito tempo pode gerar pressões desnecessárias sobre preços e dificultar o controle da inflação nos EUA.
Assim, a redução dos estímulos funciona como um ajuste necessário para preservar a efetividade da política monetária. Além dessa questão, o processo de tapering ajuda a preparar o terreno para ciclos futuros.
Afinal, ao devolver a economia a padrões mais equilibrados, o Banco Central dos EUA amplia sua margem de atuação para momentos que exigem novas intervenções.
Qual é a influência do tapering no mercado global?
Os Estados Unidos têm um papel central no sistema financeiro mundial e seus movimentos influenciam diretamente o fluxo de capitais internacionais. Quando o Fed reduz estímulos, por exemplo, há expectativa de aumento dos juros no país.
Com isso, muitos investidores passam a buscar retornos mais atrativos em ativos norte-americanos, diminuindo a exposição a economias emergentes. Esse movimento tende a fortalecer o dólar e pressionar moedas locais.
Como consequência, o tapering pode provocar desvalorização cambial, elevação dos custos de importação e aumento da inflação em diversos países, incluindo o Brasil.
Quais são os efeitos do tapering nos EUA na economia brasileira?
A economia brasileira normalmente reage com intensidade a ajustes na política monetária norte-americana. Como parte relevante do fluxo internacional é direcionada a países emergentes, em busca de retorno maior, mudanças nas condições financeiras dos EUA alteram o ritmo dessas entradas.
Entenda melhor os reflexos do tapering na economia brasileira!
Câmbio
Como visto, a retirada de estímulos por parte dos Estados Unidos costuma gerar valorização do dólar frente ao real. Isso acontece porque parte do capital estrangeiro deixa o Brasil em busca de segurança e maior rentabilidade nos EUA.
Fluxo de capitais
Com menor entrada de recursos externos, reduz-se a disponibilidade de dólares no mercado doméstico. Esse cenário tende a impactar tanto as empresas com operações internacionais quanto o mercado de investimentos, especialmente a renda variável.
Inflação
Com o dólar mais forte, os produtos importados se tornam mais caros, elevando custos na cadeia produtiva e pressionando os índices de preços. Esse cenário pode afetar desde matérias-primas até bens de consumo final, causando um ambiente de inflação mais elevada no mercado doméstico.
Taxas de juros
Para conter a pressão inflacionária decorrente da alta do dólar, o Copom (Comitê de Política Monetária), órgão do Banco Central do Brasil, pode elevar a Selic, a taxa básica de juros. Esse ajuste visa equilibrar preços, porém, ele encarece o crédito e costuma reduzir o ritmo de crescimento econômico do país.
Como o tapering afeta o mercado financeiro brasileiro?
O mercado financeiro brasileiro costuma reagir logo após os primeiros sinais do Fed. Na renda fixa, por exemplo, aplicações atreladas à Selic e títulos indexados à inflação tendem a ser mais procurados, principalmente em ciclos de maior cautela global.
Na renda variável, setores com maior exposição ao câmbio podem sentir oscilações mais intensas, enquanto empresas exportadoras usualmente se beneficiam da valorização do dólar. Cada categoria responde de maneira distinta ao ambiente de menor liquidez.
Por esse motivo, muitos investidores adotam uma postura estratégica, baseada em diversificação e visão de longo prazo. Essa combinação ajuda a proteger o patrimônio e a aproveitar eventuais oportunidades geradas por oscilações de mercado.
Fundos multimercados e estratégias internacionais, por exemplo, permitem ajustar posições conforme o cenário externo evolui. Desse modo, você pode equilibrar risco e retorno durante essas fases de transição.
Compreender o tapering e seus efeitos sobre a economia brasileira possibilita tomar decisões com mais confiança em períodos de mudanças no cenário internacional. Ao acompanhar a evolução dos indicadores e as sinalizações do Fed, é possível aprimorar a análise e ajustar a estratégia ao longo do tempo.
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