Você já se perguntou por que certos investimentos parecem crescer sozinhos com o tempo, mesmo com aportes relativamente pequenos? O que está por trás desse fenômeno pode ser mais simples e poderoso do que você imagina: os juros compostos.
Não se trata de fórmulas complexas ou um milagre financeiro. Quando bem utilizado, esse conceito consegue transformar o hábito de investir em um acelerador de patrimônio. Por isso, entender o que ele representa é crucial para investidores.
Continue a leitura e descubra o que são os juros compostos e veja como eles podem ser utilizados estrategicamente ao investir!
O que são juros compostos?
Os juros compostos correspondem a um regime de capitalização em que os juros incidem tanto sobre o capital inicial quanto sobre os acréscimos gerados em períodos anteriores. No caso dos investimentos, o dinheiro rende também sobre o que já rendeu.
Por esse motivo, ele também é chamado de “juros sobre juros”. Ao final de cada período, os rendimentos se somam ao capital. Assim, o cálculo dos juros do próximo ciclo passa a ser feito sobre essa nova base, que aumentou.
Nesse sentido, vale entender melhor a diferença para os juros simples. Esses são sempre calculados sobre o montante inicial investido. Isso significa que, independentemente do tempo de aplicação, o rendimento será o mesmo a cada período.
Já os juros compostos aumentam a base de cálculo a cada ciclo, gerando um efeito acumulativo. Embora essa diferença pareça pequena no começo, ela se torna expressiva com o passar do tempo.
Como funcionam os juros compostos nos investimentos?
Os juros compostos potencializam a rentabilidade dos investimentos com o tempo, como você aprendeu. Eles estão presentes em diversas modalidades, como títulos públicos e fundos de investimento.
Para exemplificar, suponha que você invista R$ 1.000 com um rendimento de 1% ao mês. No primeiro mês, o retorno será de R$ 10. No segundo mês, esse 1% será calculado sobre R$ 1.010.
Ao longo do tempo, o montante acumulado cresce de maneira exponencial — por isso o retorno aumenta com o tempo de investimento. Portanto, o fator que permite aproveitar melhor os juros compostos é o tempo.
Quanto mais longo for o prazo da aplicação, mais ciclos de capitalização acontecem, ampliando o efeito multiplicador. Imagine dois investidores: um começa a investir aos 25 anos e outro aos 35.
Mesmo que o segundo invista uma quantia maior mensalmente, o primeiro tende a acumular mais. Afinal, ele teve mais tempo para os juros compostos agirem.
Esse é um dos principais motivos para começar a investir assim que possível, ainda que com pequenas quantias. Quando você aplica seu dinheiro com disciplina e o deixa trabalhar para você ao longo dos anos, cria um ciclo virtuoso de crescimento.
A constância é outro fator-chave na construção de um patrimônio com o apoio dos juros compostos. Em cada novo aporte, você aumenta a base sobre a qual os juros incidirão, acelerando os ganhos futuros.
Tenha em mente que a matemática dos juros compostos favorece quem tem paciência e disciplina, não necessariamente quem começa com mais dinheiro.
Como calcular os juros compostos?
Encontrar os juros compostos é um pouco mais complexo do que os juros simples. Afinal, a base de cálculo muda constantemente.
Mas o resultado pode ser encontrado a partir de uma fórmula, que é a seguinte:
VF = VI x (1 + i)^n
Para fazer essa conta, você precisa considerar o significado de cada um dos termos. São eles:
- VF: valor futuro;
- VI: valor inicial;
- I: taxa de juros;
- N: número de períodos.
Para entender melhor, pense em um exemplo prático. Considere um investimento de R$ 1.000, com taxa de 1% ao mês durante 12 meses. Nesse caso, ao final do período, você terá:
VF = 1.000 x (1 + 0,01)^12
VF ≈ R$ 1.126,83
Dessa maneira, você teria aproximadamente R$ 126,83 de ganho bruto, sem realizar novos aportes. Com contribuições mensais, esse número pode crescer mais, como você aprendeu.
Quais investimentos contam com juros compostos?
Existem diversas alternativas de investimentos que utilizam os juros compostos para calcular o rendimento, tanto na renda fixa quanto na variável.
Na renda fixa, os juros compostos atuam de maneira direta. Isso porque as taxas podem ser previamente conhecidas. Isso acontece, por exemplo, em títulos do Tesouro Direto, em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio).
Aliás, esses títulos costumam ser mais comuns para investidores com perfis conservadores. Apesar disso, as alternativas de renda fixa também funcionam como base sólida para qualquer estratégia de longo prazo.
Já na renda variável, os juros compostos atuam indiretamente, pois não há uma taxa garantida ou previsível de retorno. Ainda assim, o reinvestimento de dividendos pode reproduzir o mesmo efeito composto ao longo do tempo. O mesmo acontece diante da valorização de ações, por exemplo.
Se você reinvestir os lucros ou dividendos dos papéis, estará aplicando o conceito semelhante ao de juros sobre juros. Com o passar do tempo, isso também pode resultar em crescimento exponencial.
Quais são as melhores estratégias para aproveitar os juros compostos?
Você viu que o tempo e a regularidade são aliados dos juros compostos. Nesse sentido, existem práticas para usar esse mecanismo a seu favor, como:
- comece o quanto antes: o tempo é um fator que você não pode recuperar. Quanto antes você começar, melhor será o efeito multiplicador;
- mantenha os aportes: mesmo em momentos de instabilidade, manter a regularidade dos investimentos contribui para o crescimento contínuo da sua carteira;
- reinvista os lucros: seja em ações com dividendos ou em títulos que pagam rendimentos, reinvestir ajuda a manter o ciclo de crescimento ativo;
- foque no longo prazo: evite fazer saques desnecessários, deixando o investimento crescer com o tempo.
Neste conteúdo, você aprendeu o que são juros compostos e como esse conceito beneficia seus investimentos, especialmente a longo prazo. A partir de agora, você pode aplicar as estratégias vistas e observar o potencial de crescimento do seu patrimônio.
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