Investidores devem analisar diversos elementos em seu planejamento financeiro, do momento econômico de um setor ao cenário político de uma divisão territorial. Mas além dos fatores internos, é interessante considerar a relação comercial entre os países.
Ela é relevante porque os acontecimentos em outras regiões, especialmente as nações mais desenvolvidas, costumam deixar reflexos em todo o globo. Consequentemente, essas movimentações podem influenciar seus investimentos.
Quer entender melhor sobre esse assunto? Neste conteúdo, você verá como a relação entre países afeta o mercado e como você pode acompanhar as tendências sendo investidor.
Acompanhe a leitura!
O que é a relação comercial entre países?
A relação comercial entre países envolve as trocas políticas e econômicas entre diferentes nações e blocos econômicos. Por exemplo, o Brasil pode ter parcerias diretas com outros países ou operar por meio de entidades como Mercosul (Mercado Comum do Sul) e BRICS (bloco formado por 11 países membros).
Essas relações se caracterizam pela compra e venda de bens, serviços e capitais entre as nações. As transações são reguladas por meio de acordos comerciais, tarifas, impostos e políticas econômicas internas e externas.
O comércio exterior é um dos principais pilares da relação comercial entre países. Afinal, é a partir dele que acontece a importação e exportação de produtos, desde commodities até itens de alto valor agregado.
Para garantir uma balança comercial equilibrada, os governos costumam estabelecer parcerias estratégicas no mercado internacional e assinar tratados como zonas de livre comércio e acordos bilaterais. O objetivo é facilitar o fluxo comercial e a movimentação de investimentos.
Entretanto, diversas decisões são tomadas pensando em proteger o mercado produtor nacional. Para entender melhor, imagine que determinada indústria brasileira registrou resultados negativos porque a importação dos itens que ela produz ficou mais acessível.
Apesar de a oportunidade de fazer uma compra internacional mais barata ser interessante para certos setores, há um desafio interno. O motivo é que o enfraquecimento de uma indústria impacta negativamente a atividade econômica, podendo gerar desemprego e outras consequências.
Nesse sentido, é comum a implementação de barreiras tarifárias. Elas podem aparecer por meio de impostos ou restrições que um país impõe sobre produtos importados para proteger sua economia local.
Ainda, tensões comerciais e geopolíticas costumam exercer influência sobre o comércio internacional e o relacionamento entre países. Esses reflexos também podem aparecer no mercado financeiro.
Como essa relação impacta o mercado de investimentos?
O mercado financeiro costuma ser influenciado por fatores políticos e econômicos. Por exemplo, quando há uma mudança nas taxas de juros ou uma alta expressiva na inflação, ele fica mais volátil.
Em conjunto com esses elementos internos, a relação comercial impacta esse ambiente. Para entender melhor, imagine que houve uma escalada nas tensões entre países no Oriente Médio — região de grande influência no mercado de petróleo e combustíveis.
Com o cenário, há um impacto em todo esse mercado globalmente e em outros setores que dependem dele. Assim, empresas mais expostas ao comércio de commodities podem sentir os reflexos mais intensamente.
Nesse sentido, as relações comerciais impactam o mercado de diferentes formas, como:
- variação nos mercados de ações: setores exportadores e importadores reagem às mudanças no comércio exterior, podendo se valorizar ou desvalorizar com novos acordos e restrições;
- oscilações cambiais: o fluxo de capital entre países influencia a cotação das moedas, impactando empresas que operam globalmente;
- taxas de juros e inflação: um aumento no custo de importação pode pressionar a inflação, levando bancos centrais a ajustar juros, o que afeta títulos públicos e outros investimentos.
Por exemplo, a desvalorização do real frente ao dólar beneficia empresas exportadoras, como mineradoras e produtoras de commodities. Por outro lado, isso encarece a importação de insumos para a indústria.
Vale pontuar que costuma haver uma correlação negativa entre o dólar e o Ibovespa — principal índice de ações da bolsa de valores brasileira. Nesse cenário, quando a moeda dos Estados Unidos está em alta, é comum que o índice nacional caia.
A relação pode ocorrer porque o dólar é visto como uma reserva de valor, pelo seu papel como principal moeda no comércio internacional e pela posição de referência dos EUA. Logo, se a economia brasileira cai, tende a haver um aumento na busca pela moeda norte-americana.
Por que acompanhar a relação comercial entre países sendo investidor?
Como visto, elementos como balança comercial, política econômica internacional e taxas de câmbio influenciam o mercado financeiro. Para investidores, eles criam novas oportunidades, mas apresentam riscos para a carteira.
Entre as principais oportunidades, é possível destacar o potencial de valorização de determinados setores econômicos. Por exemplo, um eventual novo acordo comercial pode impulsionar exportações de determinado setor e, consequentemente, a performance das empresas dele.
Já pelo lado dos riscos, você deve compreender o conceito de risco-país. Ele é um indicador global que mede elementos como estabilidade econômica de uma nação, cenário político e ambiente de negócios.
Durante crises políticas ou econômicas, como a instabilidade fiscal no Brasil, o risco-país tende a subir. Portanto, é possível haver uma redução na entrada de capital estrangeiro, já que investidores passam a ver o país como mais arriscado.
A situação leva a uma mudança nas taxas de câmbio, como a desvalorização da moeda, e pode afetar a dívida pública nacional. Para contornar o cenário, é usual que o Governo tenha de adotar medidas mais bruscas, como elevação dos juros, para evitar maiores impactos negativos.
Então o investidor deve acompanhar a relação comercial entre países porque, como visto, essas dinâmicas afetam o mercado financeiro. Elas podem se refletir na cotação de ativos, câmbio, setores econômicos, inflação e juros, gerando oportunidades e riscos.
Como acompanhar e aproveitar tendências de mercado?
Agora que você sabe como as relações comerciais e a economia internacional impactam o mercado financeiro, é hora de conhecer as boas práticas que você pode adotar para acompanhá-las. Primeiramente, vale a pena seguir veículos de notícias sobre o mercado.
Há diversos portais focados em economia que atualizam sobre os principais destaques, tanto da bolsa de valores quanto do comércio internacional. Também é possível acompanhar relatórios de mercado de entidades públicas e agências de rating — responsáveis por índices como o risco-país.
Pensando em reduzir o impacto dessa volatilidade na sua carteira, uma possibilidade é diversificar os seus investimentos. Com diferentes títulos e ativos na carteira, você reduz os riscos de ficar concentrado nas mesmas condições de desempenho.
Outra estratégia que pode fazer sentido é investir internacionalmente. Quando você dolariza o seu patrimônio, aquele capital tende a ser protegido contra eventuais quedas no real, gerando mais proteção para seu portfólio.
Finalizando esta leitura, você entendeu melhor o funcionamento da relação comercial entre países e os seus reflexos no mercado financeiro. Portanto, se essa análise não fazia parte da sua estratégia antes, vale a pena incluir agora.
Quer entender melhor sobre como analisar investimentos para sua carteira? Veja os diferentes tipos de análises que você pode adotar!