Câmbio fixo X câmbio flutuante: você sabe a diferença?

Para quem investe ou especula no mercado financeiro, conhecer conceitos de economia ajuda no momento de tomar decisões e movimentar sua carteira. Entre os conhecimentos relevantes estão os relacionados a regimes cambiais que costumam integrar a política monetária de um país.

Se você não está familiarizado com os conceitos de câmbio fixo e câmbio flutuante, essa é a oportunidade de entender melhor o tema. Tenha em mente que esses fatores podem influenciar tanto as relações entre países quanto a precificação de suas moedas.

Portanto, confira neste conteúdo o que é câmbio fixo e câmbio flutuante, assim como as suas principais diferenças.

Boa leitura!

O que significa o termo câmbio?

Em um dicionário comum, a palavra câmbio significa troca. No contexto econômico, ela é usada para se referir à troca de uma moeda de um país pela de outro. O conceito é fundamental nas operações de finanças internacionais.

A razão é que ele permite que pessoas e empresas convertam seu dinheiro para a moeda de outra nação para realizar transações comerciais e investimentos. A taxa de câmbio determina quantas unidades de uma moeda são necessárias para comprar uma quantia de outra.

Por exemplo, se você planeja viajar do Brasil para os Estados Unidos, precisa trocar seus reais por dólares americanos. É a taxa de câmbio que define quantos dólares você receberá ao fazer a conversão.

Contudo, as taxas costumam variar devido a diversos fatores econômicos, políticos e sociais. Os regimes cambiais também exercem influências nas operações, fazendo sentido entender mais sobre câmbio fixo e câmbio flutuante.

O que é câmbio fixo?

Após conferir o conceito de câmbio, chegou o momento de aprender o que é o câmbio fixo. Nesse regime, o Governo do país ou seu Banco Central decide e mantém uma cotação estável para a moeda local em relação a uma moeda internacional.

O sistema reflete um controle maior do Estado sobre as taxas de câmbio. Afinal, o preço da moeda é ajustado artificialmente pelo Poder Público, que escolhe uma cotação fixa para a sua divisa, utilizando uma moeda estrangeira como referência.

A principal vantagem do sistema é a estabilidade cambial, evitando grandes variações nos preços e podendo ajudar no controle da inflação. Ao adotar esse regime, o país reduz as incertezas para empresas e investidores internacionais, podendo tornar seu mercado mais atrativo.

No entanto, a desvantagem é que a estabilidade é manipulada, ou seja, ela tende a não refletir a real situação econômica da nação. Além disso, o Governo pode precisar gastar grandes reservas de moeda estrangeira para manter a cotação fixa, com consequências para a economia local.

E o câmbio flutuante, o que é?

No câmbio flutuante, o preço da moeda local é determinado livremente pelo mercado, com base na oferta e na demanda. Então sua cotação em relação às divisas estrangeiras pode variar diariamente, conforme a sua procura aumenta ou diminui.

Esse sistema permite que o preço da moeda seja ajustado de acordo com as condições econômicas internas e externas. Assim, mudanças na economia, na política e até mesmo na percepção de risco por parte dos investidores são capazes de influenciar as cotações.

Entre as vantagens do regime, está a mínima intervenção estatal nos preços. O motivo é que o Governo somente intervém quando há extrema necessidade — por exemplo, diante de crises. Logo, o modelo revela a situação econômica do país com mais precisão.

Já em relação aos pontos negativos, a moeda local corre o risco de enfrentar maior volatilidade. A situação também pode trazer inflação, especialmente em países que dependem da compra e venda de commodities para equilibrar sua balança comercial e sua economia.

Quais são as principais diferenças entre o câmbio fixo e o flutuante?

Agora que você conhece os conceitos de câmbio fixo e flutuante, falta destacar as diferenças entre eles. Em geral, as principais distinções entre os regimes cambiais residem na forma como a cotação da moeda é determinada e gerenciada.

Como você viu, no câmbio fixo, o Governo atua diretamente para manter a taxa de câmbio em determinado patamar. Já no câmbio flutuante, a intervenção é mínima ou inexistente, deixando o mercado definir o preço da moeda.

O país que adota o regime cambial fixo tenta manter a sua moeda estável, trazendo previsibilidade. A característica ajuda a reduzir os riscos, podendo aumentar a atratividade para investidores estrangeiros.

Contudo, o Governo pode ficar vinculado à política monetária de outros países, perdendo parte da soberania econômica. Por outro lado, nos países que adotam o modelo de câmbio flutuante, a cotação da moeda se ajusta automaticamente às condições econômicas.

No entanto, a flexibilidade vem com o custo da volatilidade. A razão é que eventos inesperados, como crises internacionais ou mudanças políticas internas, tendem a causar grandes variações no preço da moeda em um curto espaço de tempo.

Qual é o modelo adotado pelo Brasil?

Sabendo das principais diferenças entre os modelos de câmbio fixo e flutuante, pode surgir a dúvida sobre qual deles é adotado pelo Brasil. Com a implementação do Plano Real, em 1994, o país passou por uma fase de transição entre os dois modelos.

Entre 1995 e 1999, o Governo parou de estipular a taxa cambial, mas definia a cotação mínima e máxima permitida — a chamada banda cambial. Caso as cotações ultrapassassem os limites estabelecidos, o Bacen (Banco Central) interviria.

A partir de 1999, o país passou a adotar apenas o câmbio flutuante, permitindo que o mercado definisse as taxas de câmbio sem a limitação das bandas cambiais. Porém, o Bacen continuou podendo intervir no mercado para proteger o real.

Assim, o sistema ficou conhecido como câmbio flutuante sujo. De toda forma, as intervenções do Bacen costumam ser pontuais, apenas para amenizar variações extremas, que possam trazer impactos inflacionários ou prejudicar a economia nacional.

Um exemplo dessa intervenção se deu em 2020, durante a pandemia de covid-19. Para conter a alta do dólar no período, o Bacen chegou a injetar US$ 15 bilhões no mercado cambial. A prática voltou a ocorrer em 2021, 2022 e 2024, mas em montantes menores.

Neste conteúdo, você viu os conceitos de câmbio fixo e flutuante, assim como as suas diferenças. Compreender as nuances de cada sistema é fundamental para entender como as economias modernas se conectam e reagem às mudanças no cenário global.

Você gostou de aprender sobre os principais regimes de câmbio existentes? Compartilhe este post para que mais pessoas aprendam sobre o tema!

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