8 Conceitos da economia comportamental nos investimentos

A economia comportamental é uma área de estudo que envolve a psicologia humana e a economia. O seu objetivo é compreender como as pessoas tomam decisões quando o assunto é dinheiro e quais são os fatores que influenciam esse processo.

Embora o modelo econômico tradicional considere que as pessoas são sempre racionais e agem pensando em seus melhores interesses, o modelo de economia comportamental é diferente. Ele traz a ideia de que os indivíduos tendem a agir de modo irracional em diversas situações.

Assim, quem quer começar a investir e quem já investe precisa ter atenção a esse assunto. Por isso, vale a pena conferir 8 conceitos relevantes de economia comportamental.

Saiba quais são eles!

1. Vieses comportamentais

Os vieses comportamentais funcionam como atalhos mentais para a tomada de decisões. Eles existem porque, ao longo da evolução, o cérebro humano precisava fazer escolhas rápidas — tanto para a própria sobrevivência quanto para poupar energia.

Esse funcionamento cognitivo ainda existe e pode afetar as suas escolhas, incluindo as financeiras. A questão principal é que os vieses fazem com que a decisão seja tomada sem considerar todos os elementos importantes. Com isso, você pode cometer erros ao ser conduzido apenas por essas tendências.

2. Aversão ao risco

Um dos termos mais conhecidos na área de economia comportamental é a aversão ao risco. Esse é um viés comportamental que faz com que a tristeza gerada por uma perda seja maior que a satisfação obtida com um ganho de mesma magnitude.

É o que acontece, por exemplo, quando um investidor perde R$ 500 em um investimento e ganha R$ 500 em outro. Ainda que os valores sejam iguais, a tendência é que a perda seja mais sentida que o ganho.

Isso pode fazer com que uma pessoa tenha receio de investir ou mesmo que ela mantenha uma posição desfavorável pelo medo de realizar o prejuízo.

3. Efeito manada

O efeito manada é um dos principais conceitos da economia comportamental. Ele se relaciona à tomada de decisão baseada no comportamento de um grupo — e não na própria análise sobre a situação.

Esse movimento é bastante comum no mercado financeiro e ocorre quando há períodos de euforia ou de pessimismo coletivo. É possível visualizar esse efeito quando as pessoas compram ações porque outras também estão comprando ou quando vendem os papéis pelo mesmo motivo, por exemplo.

Em ambos os casos, não há uma razão lógica para a decisão — ela só é feita porque outras pessoas agiram da mesma forma.

4. Escassez

A escassez é considerada um gatilho mental e, por isso, pode interferir no processo de escolhas econômicas. Em geral, ela diz respeito à raridade conferida a um objeto ou situação. Devido à limitação existente, a tendência é que esse elemento se torne mais valioso.

Isso ocorre, por exemplo, em um processo de initial public offering (IPO) ou oferta pública inicial. Como a abertura de capital ocorre por um período curto, os investidores podem se interessar pela oportunidade apenas por causa da escassez.

5. Excesso de otimismo ou pessimismo

Outro conceito importante é o excesso de otimismo. Ele acontece quando uma pessoa tem uma visão muito mais otimista do que demonstram as condições do mercado.

Pense em um investidor que vê o preço das ações de uma empresa caindo. Em vez de repensar a presença do ativo na carteira, o investidor pode acreditar na recuperação dos papéis. Porém, se essa crença não estiver baseada em indicadores fundamentalistas, ela pode ser oriunda de um grau excessivo de otimismo.

Essa situação se opõe ao excesso de pessimismo. Ela ocorre se você concluir que um investimento gerará prejuízo, mesmo que as informações e análises não indiquem isso. Ambos os cenários podem ser prejudiciais ao investidor.

6. Heurística da disponibilidade

A heurística de disponibilidade é um tipo de viés que gera uma distorção na sua percepção e que pode alterar a forma como você analisa dados para fazer escolhas.

Nesse caso, é comum que as informações mais disponíveis tenham um peso maior nas decisões. Se você tiver visto recentemente que uma empresa de determinado setor teve uma alta nas suas ações, pode sentir que é uma boa opção investir em papéis de outro negócio do mesmo setor.

Isso acontece porque você se lembra daquela informação que está mais disponível no seu cérebro. Porém, ela pode não ter nenhuma relação com a decisão a ser tomada, o que afeta a sua capacidade de escolher racionalmente.

7. Irracionalidade

A ocorrência da irracionalidade é uma das premissas da economia comportamental. Essa é a característica que permeia uma tomada de decisão que não envolve a lógica ou a razão. Assim, é comum que decisões emocionais sejam irracionais.

Isso acontece quando você decide fazer um investimento sem fazer uma análise completa ou sem verificar se ele faz sentido para o seu perfil de investidor ou objetivos financeiros. Logo, a irracionalidade decorre da falta de reflexão sobre a escolha.

Normalmente, é possível neutralizar os efeitos da irracionalidade com a busca por mais informações. Dessa maneira, há como considerar os aspectos mais relevantes do investimento ou da situação do mercado, de modo a tomar uma decisão consciente.

8. Tomada de decisões em circunstâncias diversas

A tomada de decisão é mais um elemento central da economia comportamental. O que essa área visa estudar é exatamente o comportamento das pessoas na hora de fazer escolhas em relação ao uso do dinheiro, em diferentes situações.

Dependendo do cenário, a tomada de decisão pode ser impactada por diferentes elementos. A fadiga de decisão, por exemplo, ocorre quando é preciso fazer tantas escolhas que a capacidade de tomar boas decisões decai progressivamente.

Também pode haver a dificuldade diante de muitas oportunidades disponíveis. Ainda, há questões como crises, dificuldades financeiras ou momentos de euforia — e todas essas condições podem interferir na realização dos investimentos.

Ao conferir esses 8 conceitos de economia comportamental, você passa a entender melhor como esse assunto pode influenciar suas escolhas. Com o foco em buscar informações robustas para estabelecer um processo racional de tomada de decisão, você poderá evitar os impactos negativos relacionados a essa área.

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