Agronegócio: como investir no setor que é um dos carros-chefe da economia brasileira

O agro é o setor mais forte da economia brasileira, tendo grande participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional e sendo responsável pela geração de milhares de empregos. Por isso, muitos investidores buscam meios de investir no agronegócio.

Nesse sentido, existem diferentes alternativas no mercado financeiro que permitem exposição ao setor, estando elas divididas entre renda fixa e renda variável. Ao analisar as opções existentes, você pode escolher o que faz mais sentido para as suas características e para a sua estratégia.

Ao acompanhar a leitura deste conteúdo você entenderá a importância do agronegócio no país e como investir nesse setor!

Qual o cenário atual do agronegócio no Brasil?

É quase impossível falar da economia brasileira e não citar o agronegócio. Para se ter uma melhor dimensão, o setor teve um desempenho moderado em 2022 e mesmo assim foi responsável por quase 25% do PIB brasileiro.

Quando se considera um recorte amplo, é possível ter uma visão ainda mais clara do agronegócio para a economia. Entre 2002 e 2022, ele saltou de US$ 122 bilhões para US$ 500 bilhões, o que supera o PIB de muitos países vizinhos.

Isso ocorre porque o Brasil se destaca pela sua produção agrícola, sendo um dos maiores produtores mundiais de grãos do mundo — com destaque para a soja e o milho. A expansão da fronteira agrícola e o aumento da produtividade impulsionam a produção.

Ainda, o país é forte na pecuária e na produção de diversas outras commodities — produtos primários que podem servir de matéria-prima. O destaque posiciona o Brasil como um dos grandes exportadores agrícolas do mundo.

Apesar da força no comércio exterior, o desenvolvimento do setor também exige a importação de bens e produtos para impulsionar o agro. Nesse aspecto, o agronegócio movimenta recursos com a importação de maquinários, fertilizantes e outros insumos.

Qual é sua importância na economia brasileira?

O agronegócio é relevante para a economia brasileira por diversos motivos, especialmente no que tange à geração de riqueza. A atividade agropecuária e a produção de alimentos geram renda para milhões de agricultores, pecuaristas e trabalhadores rurais.

Ainda, o setor contribui com a oferta de empregos — tanto direta quanto indiretamente. Afinal, há muitos outros setores que se beneficiam do crescimento do agro, desde a logística até o comércio.

O agronegócio também é importante para a balança comercial. Como ele é responsável por muitas exportações, o setor ajuda o país a ter uma balança positiva — ou seja, com o montante das exportações superando as importações.

No contexto de uma balança comercial positiva, há mais entrada de capital estrangeiro no Brasil, como dólares. Isso pode aumentar a oferta da moeda norte-americana e reduzir a taxa de câmbio, colaborando com a competitividade do real globalmente.

Ainda, o setor agrícola está distribuído em várias áreas do Brasil e seu crescimento tem um impacto significativo no desenvolvimento regional. Portanto, o agro fomenta a economia em áreas rurais e promove o desenvolvimento de infraestrutura.

Por fim, o agronegócio brasileiro é impulsionado por inovações tecnológicas, desde maquinários até a inteligência artificial no plantio e melhoramento genético na pecuária. A modernização contribui para o aumento da produtividade e competitividade no mercado global.

Como investir nesse setor?

É fácil perceber que o agronegócio é um setor de grande relevância para a economia brasileira. Mas você sabe como tê-lo em sua carteira de investimentos?

Veja quais são as principais alternativas e entenda como elas funcionam!

LCA

Na renda fixa, as letras de crédito do agronegócio (LCAs) permitem que você se exponha ao setor. Elas são títulos privados emitidos por instituições financeiras, como bancos, que usam as LCAs para captar recursos que serão direcionados ao segmento.

O dinheiro oferecido pelos investidores serve para as instituições financiarem operações ligadas ao agronegócio. Os investidores que fizeram a aplicação têm o dinheiro de receber volta, mais os juros, na data de vencimento.

A rentabilidade pode ser:

  • prefixada: taxa de retorno fixa e imutável até o vencimento;
  • pós-fixada: juros que acompanham um indicador, sendo o mais comum o Certificado de Depósito Interbancário (CDI);
  • híbrida: combina uma taxa fixa com um indicador, que costuma ser o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Uma característica interessante é que as LCAs oferecem um baixo nível de risco. Além do fato de o investimento ter previsibilidade por ser de renda fixa, há cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

A proteção é de até R$ 250 mil, por CPF ou CNPJ, em caso de falência ou liquidação do banco emissor. Também há um limite global de R$ 1 milhão, renovável a cada 4 anos.

Outra vantagem é que os rendimentos das LCAs são isentos de Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas. Desse modo, a rentabilidade líquida desse título pode ser mais alta que o desempenho de outros títulos da classe, a depender da proposta de retorno.

CRA

Também na renda fixa há os certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs). Eles estão ligados a processos de securitização, como a antecipação de recebíveis, de empresas do agronegócio. Logo, esses títulos fazem parte do crédito privado.

Os CRAs compartilham semelhanças com as LCAs, como os tipos de rentabilidade e a isenção de IR sobre os lucros para pessoas físicas. Entretanto, eles são criados por empresas securitizadoras e não contam com proteção do FGC, o que pode aumentar os riscos.

Em contrapartida, o potencial de retornos tende a ser mais alto. Portanto, eles podem ser uma alternativa para investidores em busca de mais ganhos na renda fixa.

Ações do setor

Já na renda variável, você pode investir em ações do agronegócio negociadas na bolsa de valores brasileira, a B3. Há diversas empresas nacionais listadas com operações no setor, como:

  • BRF Foods (BRFS3);
  • JBS (JBSS3);
  • Marfrig (MRFG3);
  • M. Dias Branco (MDIA3)
  • Raízen (RAIZ4);
  • São Martinho (SMTO3);
  • SLC Agrícola (SLCE3).

Cada uma delas opera em diferentes frentes do agronegócio, desde a produção agrícola até a pecuária. O investimento nas ações permite que você se exponha à performance dessas companhias, podendo lucrar com a valorização dos ativos ou repasse de dividendos.

Como o investimento é de renda variável, os retornos não são garantidos. Por isso, vale a pena fazer análises fundamentalistas para identificar as características de cada companhia e ter ciência das oportunidades e dos riscos envolvidos.

Fiagro

Também na bolsa há os fundos de investimentos em cadeias produtivas agroindustriais (Fiagro). Eles são um tipo de veículo coletivo pensado para facilitar o investimento no setor via B3.

Os seus tipos são:

  • Fiagro-FIDC: investe principalmente em recebíveis (direitos de crédito) de empresas do agronegócio;
  • Fiagro-FII: faz investimentos no setor imobiliário relacionado à indústria agropecuária, incluindo títulos lastreados em imóveis e imóveis físicos rurais;
  • Fiagro-FIP: destina seu capital para ser sócio de empresas do agronegócio, não listadas na bolsa, adquirindo participação nelas.

Os ganhos com o investimento podem ser provenientes da valorização das cotas ou do repasse de dividendos. Mas, antes de investir, é fundamental analisar o tipo e a estratégia de cada fundo para alinhá-lo com seu planejamento.

Completando esta leitura, você entendeu como investir no agronegócio e qual a importância do setor para a economia brasileira. Aproveite para analisar as alternativas e encontrar a mais adequada para sua carteira.

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