O que é risco Brasil e como ele afeta os investimentos? Entenda!
Navegar no universo das finanças requer estar bem informado. Diante disso, você sabe o que significa risco Brasil? O termo, comum em noticiários e artigos econômicos, é fundamental para compreender a dinâmica dos mercados no país.
Isso porque, ao pensar em investir, é essencial analisar o cenário econômico e os fatores que podem influenciá-lo — e o risco Brasil é um deles. No entanto, é comum que surjam dúvidas sobre o assunto, exigindo que você busque maior compreensão sobre o tema.
Neste artigo, você entenderá o que ele é, os elementos que o afetam e seu impacto nos investimentos.
Continue a leitura para entender o risco Brasil!
O que é o risco Brasil?
Risco Brasil, ou risco país, é a percepção do mercado sobre a capacidade da nação de cumprir com seus compromissos financeiros. Trata-se de uma métrica que avalia a probabilidade de o Brasil não honrar seus pagamentos — seja em dívida pública ou outro tipo de compromisso financeiro.
Seu cálculo inclui diversos índices, mas o mais utilizado é o Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+), do J.P. Morgan. O indicador mede o spread entre os rendimentos dos títulos de países emergentes e aqueles emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos.
O motivo para isso está no fato de que os títulos relacionados ao Governo dos EUA são considerados os mais seguros do mundo, sendo referência internacional. Já o spread é a diferença entre os retornos das aplicações citadas.
No risco Brasil, ele representa o prêmio que os investidores exigem para alocar no Brasil, em vez de manter seu dinheiro nos títulos americanos.
Além do EMBI+, agências de rating avaliam o risco país por meio de análises qualitativas e quantitativas. As empresas mais conhecidas são Fitch Ratings, Moody’s e Standard & Poor’s. Suas avaliações são refletidas em notas (ratings) que podem influenciar a percepção de investidores.
Por quais fatores econômicos o risco Brasil é influenciado?
Após entender o que é o risco país, surge a pergunta: o que molda a métrica? Afinal, um indicador tão crucial para o panorama econômico não é influenciado por um único fator. Uma série de elementos econômicos trabalham em conjunto, impactando a percepção de risco do país.
Confira alguns desses fatores:
- política fiscal: a forma como o Governo gerencia suas receitas e despesas é essencial. Isso porque déficits orçamentários consistentes podem ser um sinal de desafios na gestão fiscal — o que tende a elevar a percepção de risco econômico entre os investidores;
- estabilidade política: a política influencia as decisões econômicas e a confiança do mercado. Eleições conturbadas, mudanças frequentes no Governo ou manifestações significativas costumam gerar incertezas e, como consequência, aumentar a percepção de risco;
- desempenho da economia: a saúde geral da economia é um termômetro do ambiente de investimento. O desequilíbrio de indicadores — como crescimento do PIB, inflação e níveis de desemprego — podem intensificar a percepção de risco;
- endividamento externo: o endividamento pode ser uma ferramenta para estimular a economia. Contudo, uma dívida externa muito alta costuma causar preocupações quanto à capacidade do Governo de honrar seus compromissos financeiros internacionais;
- reservas internacionais: elas representam o montante de moeda estrangeira mantido pelo país, atuando como um colchão financeiro. Reservas robustas podem oferecer maior segurança contra choques econômicos externos e ajudar a manter a estabilidade monetária.
Por que é importante conhecer esse conceito?
Agora que você compreende o conceito e descobriu os fatores que influenciam o risco Brasil, é essencial entender seu impacto econômico. Ele afeta de forma direta as taxas de juros e, consequentemente, o mercado de capitais e de crédito.
Ao longo dos anos, o risco país sofreu variações devido a eventos políticos, crises econômicas e mudanças nas políticas fiscais e monetárias. Durante períodos de estabilidade econômica e políticas fiscais robustas, o índice se manteve menor, atraindo mais capital estrangeiro.
Por outro lado, momentos de instabilidade política e econômica se refletiram em picos dessa métrica. Portanto, estudar o histórico do risco Brasil pode ajudar você a entender ciclos de mercado que tendem a se repetir no futuro.
De que forma esse risco afeta a economia e seus investimentos?
Até aqui, você viu a importância do risco Brasil como um termômetro do cenário econômico do país. Além disso, suas variações podem trazer efeitos diretos e indiretos tanto na economia quanto nos investimentos.
Confira quais são as implicações!
Taxa de juros e impacto na renda fixa
O risco Brasil alto pode levar o Banco Central a elevar as taxas de juros como mecanismo para atrair e reter capital estrangeiro. Afinal, investidores buscam compensações maiores quando percebem um ambiente mais arriscado.
Nesse cenário, algumas aplicações em renda fixa podem se tornar mais atrativas devido aos rendimentos mais elevados. Alguns exemplos são os atrelados à taxa Selic (como o Tesouro Selic) ou ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Entretanto, isso também pode encarecer o crédito, impactando de maneira negativa o consumo e os investimentos das empresas.
Variação cambial
Como visto, a percepção de risco elevado pode provocar uma saída de capital estrangeiro. O resultado costuma ser a fuga de recursos, que pode levar à desvalorização do real frente a outras moedas, em especial o dólar.
Para quem tem investimentos atrelados a moedas estrangeiras ou aloca capital em ativos no exterior, o movimento tende a representar ganhos. No entanto, uma moeda desvalorizada significa importações mais caras, o que pode pressionar a inflação interna.
Mercado de ações
O risco país influencia diretamente a bolsa de valores. Um cenário de incertezas, por exemplo, pode levar à venda de ações por investidores estrangeiros, causando quedas nos índices da bolsa. Empresas que dependem de exportações ou que têm dívidas em dólar costumam ser bastante impactadas.
Por outro lado, em momentos nos quais o risco Brasil diminui, a confiança pode ser restaurada. Assim, há um incentivo à entrada de capital estrangeiro, o que tende a valorizar o mercado acionário.
Investimentos estrangeiros diretos
Um risco país elevado pode desencorajar investimentos estrangeiros diretos. Em geral, eles são direcionados ao setor produtivo, como fábricas, infraestrutura e outras iniciativas que geram empregos e movimentam a economia.
Com menos investimento externo, o país pode enfrentar desafios em seu crescimento econômico a longo prazo.
Custo de financiamento para empresas
Como mencionado, empresas que buscam recursos no exterior enfrentam custos de financiamento mais elevados com um risco Brasil alto. Isso se traduz em maior dificuldade para expansão, pesquisa e desenvolvimento.
Em última instância, essa dinâmica pode refletir nos preços de suas ações e na capacidade de distribuir dividendos aos acionistas. Portanto, compreender como o indicador opera é crucial para tentar antecipar movimentos do mercado e ajustar a estratégia de investimentos conforme preciso.
O risco Brasil é uma ferramenta que reflete a confiança na economia. Logo, entender o conceito e acompanhar sua evolução é fundamental para tomar decisões informadas. Desse modo, é possível maximizar seus retornos e minimizar os riscos.
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