Hedge cambial: entenda seu papel em transações de câmbio!

As variações nas taxas de câmbio são movimentos que geram incertezas e preocupações para muitas empresas e investidores. Nesse cenário, é válido saber que existem estratégias que contribuem para mitigar os riscos envolvidos nas transações — como o hedge cambial. 

Sejam relacionadas ao dólar, euro ou outra moeda, as flutuações nas taxas de câmbio costumam afetar investimentos, exportações e importações, afetando a economia do país. Por essa razão, é importante buscar maneiras de se proteger e minimizar os impactos sofridos. 

Nesse contexto, vale entender o que é o hedge cambial, quais são os tipos e qual é o seu papel nas transações de câmbio. Continue acompanhando o artigo e confira!

O que é e como funciona o hedge cambial?

O hedge cambial é uma estratégia financeira cujo intuito é proteger empresas e investidores contra perdas causadas por oscilações das taxas de câmbio. Na prática, ele atua como uma espécie de seguro

O funcionamento do hedge cambial ocorre por meio de instrumentos financeiros como derivativos, que travam o preço de uma moeda estrangeira em relação à moeda local. Outra possibilidade é investir parte do patrimônio em alternativas com exposição internacional, como você verá adiante. 

Dessa maneira, mesmo que a taxa de câmbio suba, por exemplo, a quantia envolvida na operação pode ficar protegida. Para entender a dinâmica, na prática, imagine que você tenha uma empresa que importa produtos de um fornecedor dos Estados Unidos.  

Para se proteger de uma possível alta do dólar, é possível usar um dos instrumentos de hedge cambial para fixar a cotação da moeda estadunidense. Assim, mesmo que o preço dispare antes do pagamento ao seu fornecedor, a sua empresa não é afetada por essa alta.  

Da mesma forma, se você investe no mercado financeiro, também há como implementar a estratégia. Para o investidor, há possibilidades tanto entre os derivativos quanto em outros investimentos disponíveis. 

Quais são os tipos de hedge cambial?

Você entendeu que há diferentes abordagens para empresas e investidores que desejam proteger o capital usando estratégias de hedge cambial. Algumas possibilidades estão na bolsa de valores, como os derivativos, mas há mais oportunidades para considerar.  

Acompanhe! 

Derivativos

Existem diferentes tipos de derivativos — contratos que derivam de um ativo — que podem ser utilizados nessa estratégia. Por exemplo, o contrato a termo de moeda (NDF) é um dos instrumentos que podem ser usados para fazer hedge cambial.  

Nele, você consegue fazer um acordo para comprar ou vender uma moeda a uma taxa fixa em uma data futura, carregado com juros. Desse modo, busca-se reduzir a exposição ao risco cambial e garantir mais previsibilidade. 

Além dessa possibilidade, existem as opções de câmbio. Elas são contratos que dão o direito — mas não implicam a obrigação — de comprar ou vender moedas a uma taxa específica, oferecendo mais flexibilidade. 

É válido observar que tanto o contrato a termo quanto as opções de câmbio podem ser negociados na bolsa de valores, via home broker, e no mercado de balcão. 

Mais um tipo de instrumento de hedge são os contratos ou minicontratos futuros cambiais, disponibilizados na bolsa. Nessa alternativa, o operador fixa a taxa de câmbio para uma data futura. Aqui, os ajustes são diários, com a diferença na cotação sendo debitada ou creditada do seu saldo. 

Por fim, existem os swaps cambiais. Eles são derivativos financeiros em que são feitos acordos entre duas partes para trocar os riscos de ativos indexados à taxa de câmbio pelos de outros atrelados a indicadores do mercado — como taxas de juros. 

Outras possibilidades

O hedge cambial também pode ser feito por meio de diferentes investimentos com exposição ao mercado estrangeiro. Eles podem ser feitos de maneira direta, com alocações em ativos no exterior por meio de uma conta internacional — como ações, títulos públicos e privados (bonds), exchange traded funds (ETFs) etc. 

Para quem prefere manter os investimentos em reais, há a possibilidade de fazer hedge usando fundos cambiais, ETFs atrelados a índices estrangeiros na bolsa brasileira ou certificados de depósito de valores mobiliários (BDRs), por exemplo. 

Qual é o papel do hedge cambial para empresas e investidores? 

Agora que você conhece melhor o hedge cambial, vale a pena entender sua relevância para negócios e investidores. No caso de companhias, a estratégia colabora para um melhor planejamento financeiro e maior estabilidade nos resultados empresariais. 

Saiba mais sobre esses e outros pontos, a seguir! 

Importância do hedge para empresas

As flutuações nas taxas de câmbio podem afetar os custos de empresas, os seus lucros e até a sua competitividade. Assim, o hedge cambial ajuda a reduzir esses impactos e oferece mais segurança para as companhias. 

Veja duas situações práticas nas quais o hedge é útil para empresas: 

  • importadoras têm a possibilidade de utilizar o hedge para se proteger contra a alta de uma moeda estrangeira, que tornaria os produtos importados mais caros; 
  • exportadoras podem recorrer ao hedge para diminuir os efeitos da queda de uma moeda estrangeira, que reduziria as suas receitas quando convertidas para a moeda local. 

Imagine que você tenha uma empresa no setor de agronegócio e recebeu um pedido para exportar 6 milhões de toneladas de milho a granel. Suponha que o dólar custe R$ 5,80 e o pagamento seja daqui a dois meses. 

Na operação, a estimativa é que o seu negócio receba R$ 34,8 milhões. Porém, em um prazo de dois meses, a cotação do dólar tende a variar e, caso esteja menor, o valor da transação será influenciado. 

Por exemplo, com a moeda americana a R$ 5,40, em vez dos R$ 34,8 milhões, o pedido sairia por R$ 32,4 milhões — uma diferença de R$ 2,4 milhões. Assim, o hedge cambial ajudaria a amenizar o impacto, que poderia prejudicar o planejamento e a saúde financeira da empresa. 

Relevância do hedge para investidores 

No caso dos investidores, o hedge auxilia a evitar que a variação cambial torne as operações mais caras e prejudique os ganhos com seus ativos. Considere que você compre ações nos Estados Unidos e o dólar caia em relação ao real. 

Como resultado, o rendimento em reais será menor, mesmo que os papéis tenham valorizado — o que pode prejudicar os seus objetivos. Nessa situação, o hedge cambial ajuda a neutralizar esse risco. A estratégia possibilita preservar o valor dos seus ativos internacionais e evitar ganhos muito baixos e até prejuízos. 

Agora, suponha que você está interessado em adquirir um imóvel nos EUA de US$ 300 mil para investimento, com o dólar cotado a R$ 5,60 hoje. Caso não conclua o negócio no momento e o preço da moeda estadunidense suba, a transação ficará mais cara. 

Assim, para evitar um custo maior do que o planejado e não correr o risco de ficar sem a propriedade, você pode usar o hedge cambial para proteger o seu capital para investimento. 

Como você entendeu, o hedge cambial é uma ferramenta útil para empresas e investidores. Ele possibilita ter mais proteção e previsibilidade, além de reduzir os impactos das taxas de câmbio em transações envolvendo moedas estrangeiras. Portanto, vale a pena estudar a estratégia. 

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