Sistema Swift: como funciona a rede global de pagamentos
Nas finanças internacionais, a eficiência e a segurança das transações são elementos centrais para o funcionamento das operações entre países. Nesse contexto, o sistema Swift está entre as principais infraestruturas utilizadas para comunicação entre instituições financeiras.
Essa rede de comunicação é uma infraestrutura crítica para instruções de pagamentos internacionais, investimentos e operações corporativas. Sua padronização e alcance permitem que instituições troquem mensagens financeiras com precisão, reduzindo falhas operacionais e assegurando transparência.
Neste artigo, você aprenderá sobre o funcionamento do Swift, sua importância para o mercado financeiro mundial e seu impacto direto no comércio exterior. Continue a leitura!
O que é o sistema Swift?
O Swift, sigla para Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication, é uma rede global de comunicação entre instituições financeiras. Fundado em 1973, na Bélgica, o sistema surgiu para substituir métodos antigos e pouco seguros, que eram lentos e sujeitos a erros.
Diferentemente de bancos ou corretoras, o Swift não movimenta dinheiro diretamente. Sua função é transmitir mensagens padronizadas entre instituições. Isso permite que ordens de pagamento, transferências e instruções financeiras sejam executadas com clareza e segurança.
Mais de 11 mil instituições financeiras em mais de 200 países utilizavam o sistema em 2025, tornando-o indispensável para o funcionamento da economia global.
Mais segurança e agilidade nas transações
Antes da criação do sistema Swift, as operações entre bancos de diferentes países eram realizadas por meio do Telex e de mensagens manuais. Elas dependiam da interpretação dos operadores, o que ampliava o risco de erros de digitação e inconsistências operacionais.
Cada instituição utilizava formatos próprios para transmitir instruções de pagamento, o que dificultava a integração e aumentava os riscos de inconsistência. Além disso, a ausência de criptografia tornava os dados vulneráveis, expondo informações sensíveis a interceptações.
O resultado era um ambiente financeiro pouco confiável, em que transferências internacionais podiam levar dias ou até semanas para serem concluídas. Essa limitação reduzia a previsibilidade das operações internacionais, afetando a eficiência de transações entre bancos e empresas.
Foi justamente para superar essas barreiras que o Swift surgiu. A partir dele, o mundo passou a contar com uma rede mais confiável, que transformou o modo como bancos e empresas se relacionam no mercado internacional.
Como funciona o sistema Swift?
Cada instituição participante possui um código Swift, também chamado de BIC (Bank Identifier Code), que funciona como uma identidade única. Esse código, composto por 8 a 11 caracteres, identifica o banco, o país e a agência envolvida na transação.
Quando uma instituição precisa instruir uma transferência internacional, por exemplo, ela envia uma mensagem via Swift ao banco destinatário com os dados necessários ao processamento.
O sistema garante que as informações sejam transmitidas de maneira padronizada e criptografada, reduzindo riscos de fraude e erros operacionais. Ademais, a rede está em constante modernização, com a adoção do padrão ISO 20022, que permite mensagens mais detalhadas e maior eficiência.
Vale destacar que cada operação envolve custos específicos, conhecidos como taxa Swift. Esse montante varia conforme a política de cada instituição financeira. Em alguns casos, a cobrança pode não ser aplicada, dependendo das regras locais e de acordos entre bancos.
Além dessa taxa, podem incidir outros encargos relacionados a impostos ou tarifas adicionais, o que torna essencial avaliar o custo total da operação antes de realizar uma transferência internacional.
Quem controla o Swift?
O sistema Swift não pertence a um único banco ou Governo. Ele é administrado como uma cooperativa internacional, composta por milhares de instituições financeiras que utilizam a rede.
A sede está localizada na Bélgica e sua operação é supervisionada pelo Banco Nacional da Bélgica, em parceria com bancos centrais de países como:
- Estados Unidos;
- Canadá;
- França;
- Alemanha;
- Itália;
- Holanda;
- Suécia;
- Suíça;
- Japão;
- Reino Unido.
Essa estrutura permite que o Swift funcione de forma neutra e independente, evitando o monopólio de uma única entidade. A supervisão multilateral proporciona transparência, estabilidade e confiança para que o sistema continue sendo a chave das transações financeiras internacionais.
Qual o seu impacto no sistema financeiro global?
Exportadores e importadores utilizam o Swift para suas transações serem registradas corretamente e os recursos chegarem ao destino sem atrasos. Sem ele, bancos e empresas teriam dificuldade em realizar pagamentos internacionais com segurança, afetando o comércio exterior e os fluxos de investimento.
Adicionalmente, a rede facilita operações em diferentes moedas. Assim, empresas brasileiras conseguem negociar com parceiros externos sem enfrentar barreiras de comunicação entre bancos, por exemplo.
Nesse sentido, a exclusão de instituições do Swift pode gerar impactos severos. Em 2012, bancos iranianos foram banidos, reduzindo drasticamente suas exportações. Em 2022, parte das instituições russas foi excluída, isolando o país de operações financeiras globais e afetando o comércio de energia.
Esses exemplos mostram que o acesso ao Swift pode ter implicações importantes no contexto geoeconômico, especialmente quando associado a decisões de políticas internacionais.
Contudo, decisões relacionadas à desconexão de instituições do Swift seguem processos multilaterais e envolvem autoridades competentes, como ocorreu no caso de instituições russas. A expulsão seguiu deliberações da UE (União Europeia) e de outros organismos relevantes.
Quais as alternativas e o futuro do sistema Swift?
Apesar de sua relevância, o Swift enfrenta desafios. A China desenvolveu o CIPS (Cross-Border Interbank Payment System), enquanto fintechs e soluções baseadas em blockchain oferecem alternativas mais rápidas e baratas.
Para se manter competitivo, o Swift tem investido em modernização, como o projeto Swift Go, voltado para remessas de baixo valor, e testes com Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs).
Essas iniciativas mostram que o sistema continua evoluindo para atender às demandas de um mercado cada vez mais digital e interconectado.
Você entendeu que o sistema Swift é uma infraestrutura que sustenta o comércio internacional e o mercado financeiro global. Mesmo diante de alternativas emergentes, ele segue como referência em confiabilidade e eficiência, compondo a infraestrutura utilizada por instituições que operam no mercado internacional.
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